A Vocação do Pregador


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Apresentamos este primeiro artigo de uma série de três, onde compreenderemos de uma maneira Bíblica a vocação do servo de Deus que é chamado ao ministério da pregação, essa série se baseia no livro Pregação Expositiva sem Anotações de Charles Koller.
A pregação é aquele processo único pelo qual Deus, mediante Seu mensageiro escolhido, se introduz na família humana e coloca pessoas perante Si, face a face. Sem essa confrontação não é pregação verdadeira.
Desde que a pregação se originou na mente de Deus e é o Seu recurso característico para chegar aos corações dos homens com a mensagem planejada para salvar a alma, obviamente é sua prerrogativa estabelecer padrões.
Segue-se que a única concepção válida de pregação é a de que Deus revelou nas Escrituras.
É um infortúnio para a causa cristã quando padrões seculares substituem o modelo sacro, e a pregação torna-se um mero instrumento da cultura e um meio para ensinar ética e moral isoladamente das santas e autorizadas exigências do Deus vivo.
Portanto, o mensageiro, o pregador, o ministro da Palavra, também necessita atender os padrões estabelecidos, sendo o primeiro deles a vocação.

  1. Sua Vocação

    No Velho Testamento o pregador era “profeta”. Este título do grego prophetes que, por sua vez, é tradução livre do hebraico nabhi, significando “alguém que é chamado (por Deus), alguém que tem uma vocação (da parte de Deus)”.Assim, “o profeta era o homem que se sentia chamado por Deus para uma missão especial, em que a sua vontade se subordinava à vontade de Deus, que lhe era comunicada por inspiração direta”.Era este chamamento que o diferenciava dos outros homens.No Novo Testamento o pregador era um “apóstolo”, “um enviado de Deus” (grego: apestalmenos), como João Batista (João 1:6), literalmente uma “dádiva de Deus”.Em nove de suas epístolas, o apóstolo Paulo se identifica como um “chamado para ser apóstolo”.Embora o pregador seja no máximo um “vaso de barro” (2Co 4:7), por meio do qual Deus se revela aos outros, é, não obstante, o ponto vivo de contato entre Deus e aqueles que Ele procura para salvar “pela loucura da pregação” (1Co 1:21)

Pregação Expositiva sem Anotações, Charles Koller
Perceba que o pregador sofre duas ações diretas de Deus, ele é chamado por Deus e é enviado por Deus, tanto o chamamento, quanto o envio são para um objetivo determinado por Deus, e não pelo pregador, a saber, a salvação dos homens.
O próprio Senhor Jesus é muito claro a respeito deste assunto:

15 E disse-lhes: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas.
16 Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.
Marcos 16:15-16

Todos os que creem no Senhor Jesus são chamados para pregarem as boas novas da salvação segundo a sua vocação, seja ela a pregação, o serviço ao próximo, o louvor, o ensino, etc.
Todos recebemos dons, talentos [vocação] para servimos ao Senhor, e a pregação é um destes dons. É concedido por Deus e exigido por Ele na realização de Sua obra.
No entanto, precisamos ter em mente, que hoje em dia o pregador não é profeta nem apóstolo, estes termos são reservados por Deus e aplicados sobre um seleto grupo de homens em um determinado momento de nossa História, segundo o propósito divino. Neste caso, homens que se apropriam destes títulos buscando atribuir maior autoridade a suas palavras, agem de maneira contrária a vontade de Deus.
Todos nós somos chamados a ser vasos de barro por meio do qual Deus se revela aos outros, através da pregação, do ensino e do testemunho, e esta oportunidade concedida por Deus já é um propósito muito maior, de muito mais valor do que poderíamos esperar receber.
 
 
 


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