“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. 2 Coríntios 5:17
É verdade, os homens, em sua maioria são ortodoxos nos artigos comuns do seu credo. Eles acreditam que “há um só Deus” e um só Mediador entre Deus e os homens, até mesmo creem que seja “o homem Cristo Jesus”, e que não há outro Nome debaixo do céu pelo qual eles possam ser salvos além dEle. Mas, em seguida, se lhes dizemos que eles devem ser regenerados, que eles devem nascer de novo, que eles devem ser renovados no próprio espírito, nas faculdades mais íntimas de suas mentes antes que eles possam realmente chamar Cristo de “Senhor, Senhor”, ou ter uma evidência de que eles tenham qualquer participação nos méritos de Seu sangue precioso, então eles estarão prontos para gritar com Nicodemos: “Como pode ser isso?” Ou como os atenienses, em outra ocasião, “o que quer dizer esse tagarela? Parece ser um porta-voz de doutrinas estranhas”, porque nós pregamos-lhes Cristo e o novo nascimento.
Em segundo lugar, o que devemos entender por ser uma nova criatura: “Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. ”
Em terceiro lugar, apresentarei alguns argumentos para fazer uma boa defesa da afirmação do que disse o apóstolo.
E em quarto lugar, vou tirar algumas inferências a partir do que pode ser extraído da Palavra , e em seguida, concluir com uma ou duas palavras de exortação.
I. Em primeiro lugar, vou me esforçar para explicar o que se entende por esta expressão no texto: “Se alguém está em Cristo.”
Estar em Cristo, portanto, em toda a plenitude do significado da palavra, certamente, deve significar algo mais do que uma profissão exterior vazia, ou de se afirmar ter sido chamado após Seu Nome. Pois, como este mesmo apóstolo nos diz: “nem todos são israelitas os que são de Israel”, então, quando aplicado ao cristianismo, nem todos são verdadeiros cristãos os que são nominalmente ditos como tal. Não, isso está longe de ser o caso, do qual nosso bendito Senhor mesmo nos informa, que muitos que profetizaram ou pregaram em Seu nome, e “em Seu nome expulsamos demônios e fizemos muitos milagres”, não obstante, serão condenados no último dia com o “afastem-se , eu não sei quem são vocês, vis trabalhadores, vós que praticais a iniquidade”.
Resta, portanto, que esta expressão, “se alguém está em Cristo” deve ser entendida em um segundo modo e com significação mais próxima, que é estar nEle, a fim de participar dos benefícios de Seus sofrimentos. Para estar nEle não só por uma profissão externa, mas por uma mudança interior e pureza de coração, e coabitação do seu Espírito Santo. Para estar nEle, de modo a ser misticamente unido a Ele por uma fé viva e verdadeira, e assim receber virtude espiritual dEle, como os membros de um corpo natural o fazem em relação à cabeça, ou os ramos da videira o fazem em relação à videira. Para estar nEle , da forma como o apóstolo, falando de si mesmo, familiariza-nos, ele conhecia uma pessoa que o era, “eu sabia que um homem está em Cristo,” um verdadeiro cristão, ou, como ele mesmo deseja estar em Cristo, quando ele deseja, em sua epístola aos Filipenses, que ele possa ser encontrado nEle.
Este é , sem dúvida, o sentido próprio da expressão do apóstolo nas palavras do texto, de modo que o que ele diz em sua epístola aos Romanos sobre a circuncisão pode muito bem ser aplicado ao presente assunto, que não é um cristão verdadeiro o que o é apenas exteriormente, nem é verdadeiramente batizado aquele que o é apenas, exteriormente, na carne. Mas é um verdadeiro cristão aquele que o é no interior, cujo batismo é o do coração, no espírito, e não apenas na água, cujo louvor não é do homem, mas de Deus. Ou, como ele fala em outra passagem, “nem a circuncisão nem a incircuncisão nada valerão de si mesmas, mas sim o fato de ser uma nova criatura”. O que equivale ao que ele aqui declara no versículo agora considerado, que se alguém está verdadeira e propriamente em Cristo, é uma nova criatura.
II. Isso tudo dito antes leva-me a mostrar, em segundo lugar, o que devemos entender por ser uma nova criatura.
Não, isso só significa que temos de ser modificados em nossas qualidades e nos ânimos de nossas mentes, que devemos esquecer completamente a pessoa que já fomos. Como se pode dizer de um pedaço de ouro, que já esteve misturado no minério impuro que depois de ter sido limpo, purificado e polido é uma nova peça de ouro. Como se pode dizer de um vidro brilhante que tenha sido coberto com sujeira, quando é limpo, e assim tornando-se transparente e claro, que é um vidro novo. Ou, como se poderia dizer de Naamã, quando ele se recuperou de sua lepra e sua carne tornou-se como a carne de uma criança, que ele era um novo homem. Assim, nossas almas, ainda que tenhamos cometido pecado, já foram purgadas, purificadas e lavadas de suas escórias naturais, sujeiras e lepra, pela atuação abençoada do Espírito Santo, para que possa verdadeiramente dizer que foram feitas ou nascidas de novo.
A verdade da questão é esta: a doutrina da nossa regeneração, ou do novo nascimento em Cristo Jesus, é algo difícil de ser compreendido pelo homem natural.
III. Mas porque tal coisa é realmente assim, e que cada um de nós deve espiritualmente nascer de novo, é que me esforçarei para mostrar, segundo meu discernimento, em terceiro lugar, alguns argumentos que elaborei para fazer uma boa defesa da afirmação do que disse o apóstolo.
Como da mesma forma, a frequência com que os profetas haviam advertido às pessoas para torná-las “novos corações” e novas mentes, e assim convertendo-as ao Senhor seu Deus. Mas, para não mencionar esses textos do Antigo Testamento, essa doutrina é tantas vezes e claramente repetida no Novo, que como observei antes, aquele que passa correndo pode ler. Pois o que diz o grande Profeta e Instrutor do próprio mundo: “Se um homem (cada um que é, naturalmente, da descendência de Adão) não nascer de novo da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus”. E para que não se diga que passei apresssadamente sobre o significado dessa afirmação, e vocês, como Nicodemos, venham a rejeitar a doutrina apenas porque não podemos imediatamente explicar “como essa coisa pode ser”, portanto, nosso bendito Mestre afirma, por assim dizer, por um juramento: “Em verdade, em verdade, digo-vos “, ou, como ele pode ser lido, “eu, o Amém, eu, que sou a própria verdade, vos digo que é o compromisso inalterável de meu Pai celestial que ‘se alguém não nascer de novo, não poderá entrar no Reino de Deus’”.
Multidões de outros textos podem ser citados para confirmar essa mesma verdade, mas os já citados são tão claros e convincentes, que se poderia imaginar que ninguém deveria esquecer ou negar, como se não houvera sido dito, que há alguns “que tendo olhos, não veem, e tendo ouvidos, não ouvem, e que não entendem com o coração, ou ouvem com os ouvidos, para que não se convertam, e Cristo os cure”.
Deus é descrito na Sagrada Escritura, e eu falo para aqueles que professam conhecer a Escritura, como um Espírito, como um Ser de tal santidade infinita, a ponto de ser de “olhos tão puros que não pode contemplar a iniquidade”, como o Ser tão transcendentemente Santo que se diz “os próprios céus não são puros aos seus olhos e aos próprios anjos ele atribui loucura”. Por outro lado, o homem é descrito, (e cada pessoa regenerada vai achar que é verdade por experiência própria) como uma criatura completamente “concebida e nascida em pecado”, como não tendo “nenhuma coisa boa habitando nele”, como sendo “carnal, vendido sob o pecado”, ou melhor, como tendo “uma mente que está em inimizade com Deus”, e outras coisas tais como essas. E uma vez que há uma disparidade tão infinita, uma vez que qualquer um pode conceber-se como um sujo, corrompido, miserável, poluído, como poderá tal pessoa viver com um Deus infinitamente puro e santo antes que ele seja transformado e se faça em alguma medida como Ele? Pode Ele, que é tão puro de olhos para contemplar a iniquidade, habitar com o pecador? Ele, para cujos olhos os céus não são limpos, pode agradar-se em habitar com a impureza? Não poderíamos também supor que a luz poderia ter comunhão com as trevas, ou que Cristo poderia estar de acordo com Belial, então?
Abordar brevemente e apresentar uma descrição particular do céu seria vão e presunçoso para os seguidores sinceros do Santo Jesus, mesmo nesta vida, muito menos na que está por vir, falar das coisas que “o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não tem entrado no coração do homem conceber as coisas que estão lá preparadas “. No entanto, podemos nos aventurar a afirmar que, em geral, como Deus é um Espírito, que a felicidade que Ele estabeleceu para Seu povo é espiritual da mesma forma, e consequentemente, a não ser que nossas mentes carnais sejam alteradas e espiritualizadas, nunca poderemos nos reunir para participar da herança dos santos na luz.
É, sem dúvida, por essa razão, que o apóstolo declara que este é o decreto irrevogável do Todo-Poderoso, que “sem santidade, (sem ter sido feito puro por regeneração, e tendo a imagem de Deus assim impressa profundamente na alma) não podem ver o Senhor”. E é bastante notório que nosso divino Mestre, na famosa passagem antes referida a respeito da necessidade absoluta de regeneração, não tenha dito que “a não ser que se alguém não nascer de novo, ele não deve”, mas efetivamente disse que “a menos que alguém nasça de novo, não pode entrar no Reino de Deus” é fundada na própria natureza das coisas, e que devemos ter esta nova disposição forjada em nós adequadamente para lidar com as coisas que estão a nos entreter, de maneira a podermos manter alguma forma de complacência ou satisfação nelas. Por exemplo, que prazer pode a música mais harmoniosa dar ao deleite de um homem surdo, ou que prazer pode a mais excelente imagem dar a um cego?
Pode alguém sem paladar sentir o sabor e saborear as iguarias mais ricas, ou um porco imundo estar satisfeito em contemplar o melhor jardim de flores? Não! E qual a razão que pode ser atribuída a isso? A resposta é imediata, a saber, porque eles não têm delas nenhuma disposição mental correspondente ou agradável, consequentemente, estão excluídos delas. E assim também se passa com a alma, pois a morte não fará mais alterações na alma, nem ampliará as suas faculdades e tampouco tornará a pessoa capaz de receber impressões mais profundas de prazer ou de dor. Se há deleite em conversar com Deus aqui, ele será transportado com a visão de sua gloriosa Majestade no porvir. Se a pessoa estava satisfeita com a comunhão dos santos na terra, estará infinitamente mais satisfeita com a comunhão e a sociedade dos santos anjos e os espíritos dos justos aperfeiçoados no céu. Mas se o oposto de tudo isso for verdade, podemos nos assegurar de que a alma não poderia ser feliz, e como o próprio Deus o admite, Ele nunca vai fazer com que ela vá para as regiões dos bem-aventurados.
Se refletirmos, de fato, no primeiro e principal fim da abençoadora vinda do Senhor, veremos que foi para ser uma propiciação pelos nossos pecados, para dar a Sua vida em resgate de muitos. Mas, então, se os benefícios da morte do nosso querido Redentor não se estender mais do que apenas obter o perdão de nossos pecados, nós teremos um pequeno motivo para nos alegrar, da mesma maneira que um pobre criminoso condenado que está prestes a perecer por uma doença fatal teria pouco em receber o perdão do seu juiz. Para os cristãos, faria bem considerar que não há apenas um obstáculo legal para a nossa felicidade, já que como somos transgressores da lei de Deus, mas também há uma impureza moral em nossa natureza que nos torna incapazes de apreciar o céu, como foi provado antes, até que alguma grande mudança seja operada em nós. É necessário, portanto, a fim de tornar a redenção de Cristo completa, que devamos ter uma concessão do Espírito Santo de Deus para mudar nossa natureza, e assim nos preparar para a apreciação daquela felicidade que nosso Salvador comprou com Seu precioso sangue.
IV. Em quarto lugar, irei avançar para a próxima proposta, a de tirar algumas inferências a partir do que foi transmitido.
Primeiro, se aquele que está em Cristo é uma nova criatura, isso pode servir como uma reprovação para aqueles que descansam em uma performance nula de obrigações exteriores sem perceber qualquer mudança interior real do coração.
Podemos observar um grande número de pessoas que são muito pontuais nas suas manifestações regulares de oração pública e privada, como também de receber a comunhão santamente, e, talvez, de vez em quando, ajudar rapidamente em algo. Mas aqui há a desgraça, pois eles descansam apenas no uso e observação dos meios, e acham que tudo está acabado e realizado quando eles cumprem as instituições sagradas. Considerando que foram informados corretamente, eles irão supor que todos os meios da graça instituídos, como a oração, o jejum, audição e leitura da Palavra de Deus, receber o sacramento abençoado, e tudo o mais, não estão sendo tão aproveitáveis para nós como são para eles, e então quererão nos aconselhar a que sejamos interiormente melhores, e que devemos buscar a vida espiritual na alma. .
É verdade, são meios e nada além disso, são apenas meios. Fazem parte, mas não são toda a religião. No caso afirmativo, quem seria mais religioso do que o fariseu? Ele jejuou duas vezes na semana, deu o dízimo de tudo que possuía e, apesar disso, não foi justificado, como nosso próprio Salvador nos informa, aos olhos de Deus. Você talvez, como o fariseu, pode jejuar com frequência e fazer longas orações. Você pode, como Herodes, ouvir bons sermões de bom grado. Mas, ainda assim, se você continua sendo vaidoso e fútil, imoral ou mundano, e diferir do resto de seus vizinhos maus apenas por ir à igreja ou no cumprimento de algumas performances exteriores, você será melhor do que eles? Não, de modo algum. Você é de longe muito pior. Porque, se você usar dos meios, e, ao mesmo tempo, abusar deles, você estará assim incentivando outras pessoas a pensarem que não há nada neles e, portanto, você deve esperar receber maior condenação.
Em segundo lugar, se aquele que está em Cristo é uma nova criatura, então este pode verificar a presunção infundada de uma outra classe de pessoas que professam ser cristãs, que repousam na obtenção de algumas virtudes morais, e, mentindo, imaginam que são bons cristãos só porque são justos nos seus relacionamentos, têm temperança no comer e não fazem nenhum dano ou violência a qualquer homem.
A síntese da questão é esta: o cristianismo inclui a moralidade, como a graça o faz com a razão, mas se somos apenas meros moralistas, se não estivermos interiormente renovados espiritualmente e mudados pelas operações poderosas do Espírito Santo, e se nossas ações morais não resultam proceder a partir de um princípio de uma nova natureza, então, não poderemos nos chamar cristãos, e seremos encontrados nus no Grande Dia, não sendo contados no número de pessoas que têm a justiça de Cristo imputada a eles para sua justificação, nem santidade suficiente em suas almas, para fazê-las cumprir as exigências para o prazer de Deus.
Em terceiro lugar, esta doutrina irá condenar menos aqueles que descansam em uma alteração parcial de si mesmos sem experimentar uma verdadeira mudança completa dentro do coração?
Um pouco de familiaridade com o mundo vai nos fornecer exemplos, de um não pequeno número de pessoas que, talvez, tenham sido antes abertamente profanas, mas vendo as consequências danosas de seus vícios, e os muitos inconvenientes do mundo, reduziu-os para, de repente, por assim dizer, tornarem-se civilizados. Eles se gabam por isso, achando que são muito religiosos, pois eles diferem um pouco dos seus antigos eus, e não são tão escandalosamente perversos como antes eles eram. Devemos considerar, no entanto, que eles devem ter algum pecado secreto querido ou outra transgressão, algumas Dalilas amadas ou Herodias, que eles não vão querer deixar, alguma luxúria oculta, que eles não vão mortificar, algum hábito vicioso, que eles não querem ter dores para extirpar. Mas o que você gostaria de saber, ó homem vão? Quem é, e o que o Senhor seu Deus requer de você? Você deve ser informado de que nada menos do que uma conversão completa vai levá-lo para o Reino dos céus. Não é o suficiente para tal transformação apenas deixar de profanar a civilidade, mas você deve mudar a partir da civilidade à piedade. Não só algumas, mas “todas as coisas devem ser feitas novas” na sua alma. Vai valer algo para você, mas muito pouco, fazer muitas coisas, se ainda uma coisa lhe faltar. Em suma, você não só deve ser uma quase nova criatura, mas completamente uma nova criatura, ou em vão se gaba de que é cristão.
Podemos realmente depender da “cana quebrada” de uma profissão externa. Podemos pensar que somos bons o suficiente, sóbrios, honestos, com vidas morais, como muitos pagãos fizeram. Podemos imaginar que estamos em condições de segurança, se comparecemos nos ofícios públicos da religião, e se somos fiéis nas nossas obrigações mesmo quando não somos vistos. Mas a menos que todas essas características tendam a reformar as nossas vidas, e a mudar os nossos corações, e sejam utilizadas apenas como tantos outros canais da graça divina, como eu disse antes, então eu digo mais uma vez, o cristianismo nada lhes aproveitará.
Que cada um de nós, portanto, seriamente coloque esta questão nos corações: temos recebido o Espírito Santo desde que cremos? Somos novas criaturas em Cristo ou não? Pelo menos, se não somos assim, ao menos temos feito o nosso esforço diário para nos tornar semelhantes a Ele? Nós constantemente e conscientemente temos usado todos os meios da graça de que dispomos para isso? Temos jejuado, vigiado e orado? Não nos temos portado preguiçosamente, mas temos buscado laboriosamente como os que se esforçam para entrar pela porta estreita? Em suma, podemos renunciar à nossa própria justiça, tomar nossa cruz e seguir a Cristo? Se assim for, estamos nesse caminho estreito que conduz à vida, a boa semente é semeada em nossos corações, e, se devidamente regada e alimentada por um uso perseverante e regular de todos os meios da graça, estamos crescendo para a vida eterna. Mas, ao contrário, se só temos ouvido, e não temos experimentado se há algum Espírito Santo, se nós somos estranhos para o jejum, a vigília e a oração, e todos os outros exercícios espirituais de devoção – se nos contentamos em ir pelo caminho largo só porque vemos a maioria das outras pessoas fazê-lo, sem sequer por uma vez refletir se é o caminho certo ou não, em suma, se nós somos estranhos, e pior ainda, inimigos da cruz de Cristo, pela vida de mentalidade mundana e prazer sensual que levamos, e assim fazendo os outros pensarem que o cristianismo é apenas um nome vazio, um vazio formal de profissão de fé , se esse for o caso, eu digo, Cristo terá morrido em vão para nós, que estamos sob a culpa dos nossos pecados e não estamos familiarizados com uma verdadeira e completa conversão.
Permitam-me, portanto, como foi proposto, sinceramente exortar, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, para que você aja segundo essas convicções, e que vivamos como cristãos, que são ordenados pelas Sagradas Escrituras a “lançar fora o velho homem e colocar em seu lugar o novo homem, que é criado por Deus em verdadeira justiça e santidade”.
Deve ser reconhecido, de fato, que este é um grande e difícil trabalho, mas bendito seja Deus, não é impossível. Muitas milhares de almas felizes têm sido assistidas por um poder divino para realizá-lo, e por que devemos desesperar de obter sucesso? Está a mão de Deus encurtada que não possa salvar? Ele foi o Deus de nossos pais? Não é Ele o Deus de seus filhos também? Sim, sem dúvida, de seus filhos também. Esta é uma tarefa que irá nos causar alguma dor. Isso vai nos obrigar a deixar de lado algum desejo, a romper com algum amigo, a mortificar alguma paixão amada, que pode ser superior ao que quereríamos para nós, e talvez até seja tão difícil de deixar como cortar uma mão direita ou arrancar um olho direito. Mas o que são todas essas coisas? Não vai valer a pena tornar-se um verdadeiro membro vivo de Cristo, um filho de Deus e um herdeiro do Reino dos céus, sendo abundantemente mais valiosa, esta compensação diante de qualquer problema que surja? Sem dúvida que sim.
A definição sobre a realização e do grande e necessário trabalho talvez possa, ou melhor, seguramente poderá, nos expor ao ridículo da parte irracional da humanidade que vai saber que não vamos para o mesmo desenfreamento de dissolução com eles, e porque negamos os nossos apetites pecaminosos, e não estamos conformados com este mundo, sendo ordenados nas Escrituras a nos separar para Deus, e ter a nossa atenção ao céu em oposição ao inimigo, eles podem considerar a nossa vida como loucura, e nosso fim o de ficar sem honra. Mas não é o estar sendo contado entre os santos, e vir a brilhar como as estrelas, para sempre e sempre, uma recompensa mais do que suficiente para todo o ridículo, calúnia, ou reprovação que possivelmente poderemos encontrar por aqui?
Fonte: projetocasteloforte.com.br