A importância da aplicação na pregação


COMPARTILHE

As ações de interpretar o texto bíblico, explicar e aplicar podem ser naturais aos pregadores, mas nem sempre esse fluxo “natural” é apresentado em nossos púlpitos.

Em certa ocasião presenciei um culto onde o pregador expôs durante 40 minutos a Palavra de Deus, quando subitamente terminou sua pregação com a seguinte frase:

“É isso irmãos que o Senhor espera de nós, que Ele nos conceda forças para cumprirmos Sua vontade”.

O sermão foi de grande relevância para a congregação e todo pautado na Bíblia, no entanto faltou algo. Saímos da reunião com o sentimento de: “E agora? O que faremos?”

Claramente a mensagem não tinha uma aplicação direta e objetiva para os ouvintes. É lógico que todo sermão apresentado possui uma aplicação inerente. Mas nem todos os ouvintes acompanham a pregação com a devida atenção, de modo a compreender o que se requer deles.

Pregação sem aplicação é igual remédio sem bula

Semanas atrás um senhor estava com fortes dores abdominais e decidiu procurar um médico, o médico prontamente o atendeu e proferiu o diagnóstico:

“O senhor está com uma infecção estomacal aguda, vou receitar um medicamento para o senhor, e isso irá aliviar seu sofrimento”, foi quando o telefone do médico tocou e ele finalizou o seu receituário rapidamente entregando ao senhor enfermo.

O senhor agradeceu ao médico e se dirigiu apressadamente a uma farmácia para comprar o medicamento, as dores o incomodavam cada vez mais e ele não podia mais aguentar. Ao entrar na farmácia e entregar a receita, o balconista apenas verificou o nome do remédio e o entregou sem mais orientações.

Ao chegar em casa o senhor rapidamente pegou o remédio o abriu, tomou a receita e não encontrou a posologia (indicação da dose adequada de um medicamento), sem a prescrição de como tomar, quando tomar, e em que quantidade tomar o remédio, de nada adiantaria tê-lo em mãos.

Por uma falha do médico e do balconista que o atendeu o senhor possuía a receita, o remédio, mas não sabia como usá-lo, resumindo, continuava a sofrer com as dores abdominais.

Aplicação: uma obrigação do pregador

O pregador bíblico tem o remédio e a receita, não indicar o seu uso, a aplicação, é negar aos ouvintes as informações necessárias para que eles coloquem em prática em suas vidas, a saber, as recomendações, os mandamentos, as promessas que Deus tem para o Seu povo, afim de responder as dúvidas, de sarar as feridas, acalmar as inquietações e conceder a esperança da salvação em Cristo Jesus.

Interpretar corretamente o texto bíblico e explicá-lo, naturalmente nos convida a aplicá-lo em nossas vidas.

Pregar um sermão e ficar apenas na explicação, não provoca transformação, não que a nossa pregação tenha o poder de transformar por si só, mas ela é a ferramenta que o Espírito Santo de Deus utiliza para tocar os corações, revelar a vontade de Deus e compelir as pessoas a viverem de acordo com as exigência bíblicas.

Sem aplicação, não há transformação e tudo continuará igual.

Após o Pentecostes, Pedro cheio do Espírito, em sua primeira pregação, ganhou três mil almas para Cristo como nos relata o capítulo 2 de Atos.

Essas pessoas que aceitaram a Jesus não o fizeram somente pela pregação, mas a aplicação de Pedro à mensagem pregada exigiu deles uma decisão, confira:

Quando ouviram isso, os seus corações ficaram aflitos, e eles perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, que faremos? “
Pedro respondeu: “Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo.
Pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus chamar”.
Com muitas outras palavras os advertia e insistia com eles: “Salvem-se desta geração corrompida! “
Os que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas.
Atos 2:37-41

A aplicação de Pedro exigiu uma mudança de vida através de: arrependimento dos pecados cometidos, confissão de fé no nome de Jesus Cristo como único Salvador e único capaz de perdoar pecados e a crença na promessa do Espírito Santo.

Podemos pregar de maneira brilhante e eloquente a Palavra de Deus, mas se nossa pregação não impelir a uma mudança de vida a respeito do que devemos fazer agora e daqui em diante, como devemos fazer, quando devemos fazer segundo essa mesma Palavra, poucos serão os frutos colhidos.

Sem aplicação, não há transformação e tudo continuará igual. E aqui vale um comentário que é assunto para um próximo artigo, antes de aplicarmos a mensagem aos ouvintes, precisamos aplicar a nós mesmos. Assim, pregador e ouvintes experimentarão a verdadeira transformação proveniente da Palavra de Deus.


COMPARTILHE

ARTIGOS RELACIONADOS

Você também pode se interessar por

Como fazer uma pregação poderosa

Todo poder de uma pregação poderosa reside no Salvador Todo-Poderoso e não no pregador, este é um elemento básico para se pregar com poder.